sexta-feira, 5 de novembro de 2010

4- Mais um sonho, mais um mistério

  Voltei para casa com uma saco de pães de trigo na mão e com meu pensamento na conversa que eu havia ouvido há alguns minutos. Sobre o que eles estavam falando? Por que eu não podia saber? Eram muitas perguntas para minha cabeça.
  Coloquei os pães em cima da mesa da cozinha e fui para o meu quarto. Já estava ficando tarde e eu precisava descansar, colocar as ideias no lugar e tentar esquecer daquele dia. Nem troquei de roupa, simplesmente deitei a cabeça no meu traveseiro e dormi, quase que instanteaneamente.

  -Felipe!- Chamou uma voz em meio a escuridão.- Felipe! É você!?
  - Sou.- Respondi, mesmo que eu não conseguisse ver ninguem naquela escuridão. Algum tempo se passou, eu não conseguia saber exatamente quanto tempo, mas deveriam ser alguns minutos, até que uma luz branca surgiu ali.
  - Finalmente consegui! Consegui que você estivesse aqui comigo!- Agora eu já reconhecia a voz: Era Isabel, minha falecida amiga.
  - Isabel!- Eu corri em direção a luz, mas quando tentei tocla, minha mão atravessou o corpo levemente transparente de Isabel.
  - O que aconteceu com você, hã? Não sabe que não pode tocar um fantasma?
  - E você é um fantasma?
  - Bem, tecnicamente sim, estou morta e você esta me vendo, então sou um fantasma, certo?
  - E eu? Estou morto também?- Agora eu estava reralmente confuso. Eu sabia que estava sonhando, mas era como se ainda estivesse acordado, eu conseguia sentir tudo, ouvir cada palavra que ela dizia como quano ela estava viva.
  - Não, você não esta morto! Ai Felipe, as vezes eu acho que tenho que te ensinar tudo! Não tenho muito tempo, esta bem? Vamos direto ao ponto: Sara precisa da sua ajuda, ela vai tentar fazer uma loucura, você tem que ancontra-la.
  - Sara? Ela ainda é muito pequena para fazer alguma coisa perigosa, não é?
  - Não a subestime. Sara é mais forte e mais determinada do que você pensa, ela quer vingar minha morte, aprendeu a se comunicar com os mortos e agora esta bolando um plano para voltar para a Transilvania e acabar com a Ordem. VocÊ não pode deixar que ela faça isso.
  - Como você quer que eu a impessa? Ela esta em Portugal com o pai. Não vou conseguir ir até lá. E tenho outras coisas para resolver por aqui.
  - Ah, é claro que tem, Bianca, não é?- Ela levantou as sobrancelhas como se esperasse uma resposta imadiata. Eu não respondi. Como ela sabia sobre Bianca? Ela já estava morta quando conheci Bianca.
  Isabel revirou os olhos e murmurou alguma coisa sobre como ela conseguiu sobraviver. Será que elas se conheciam?
  - É, tenho que resolver algumas coisas com Bianca também.
  - Sim, é ótimo ser substituida tãoi rapidamente, obrigada por perguntar!- Disse Isabel ironicamente.- Agora vamos ao que interessa...
  - Você não foi substituida.
  - Oh não, imagine.- Aquele tom ironico que ela usava quando estava irritada estava começanndo a me irritar.- Nem uma semana depois da mionha morte você já encontra uma nova melhor amiga.
  - Isabel, eu não vou ficar aqui descutindo a minha vida com um fantasma! Vamos, me tire daqui, diga logo o que tem que dizer e me tire logo daqui.
  - Não precisa, você esta ocupado demais com Bianca para poder se preocupar com Sara. Que ótimo irmão você é! Não vou mais perder mau tempo te procurando, não vou mesmo.- Ela virou as costas e desapareceu, me deixando sozinho naquela escuridão.
  Eu ainda estava um poco irritado, mas Isabel e Sara tinham me ajudado muito, uma delas tinha dado sua vida por mim. Talvez eu tivesse sido duro demais com Isabel.
  - Isabel!- Chamei, na esperança de que ela voltasse com aquele belo sorriso no rosto.- Isabel!- Nada aconteceu, aquela luz não voltou.
  Mas, de repente, o cenario mudou. Eu estava em um quarto todo cor de rosa, cheio de ursinhos de pelúcia e bonecas espalhados por todos os lados. Em  cima da cama havia uma menina com cabelos claros e olhos azuis. Ela parecia estar conversando com alguem, ou com alguma coisa.
  - Não, ela esta morta mesmo, eu tenho certeza, eu a vi morrer, mas não consigo falar com ela.
  - Ela não deve querer falar com você.- Disse uma voz masculina. Era forte, parecia ser de uma homem adulto. Eu conhecia aquela voz, só não sabia de onde.- Mas, veja, é um ótimo plano, se você acabasse com a Ordem, provavelmente eles devolvriam a sua amiga.
  Que besteira era aquela? Devolver Isabel? A Ordem nunca faria isso, eles são trapaceiros sem coração. Eu tentai dizer alguma coisa, tentei gritar não emandar Sara não ouvir aquele estranho e indefinido vulto, mas as palavras não saiam da minha boca, era como se eu estivesse mudo.
  - É agoniante, não é?- Perguntou Isabel atras de mim. Ela já pareca mais calma, talvez porque nunca houvesse sido uma pessoa que guardava rancor.
  - Então eles estão tentando obriga-la a destruir a Ordem?- Ela assentiu.- Quem é aquele?
  - Radu, irmão mais velho do Conde Drácula.
  - O Conde Drácula ainda esta vivo?
  - Não, mas eles mantem esse nome por uma questão de tradição. Vampiros são muito tradicionais. Mas, de qualquer forma, Radu foi condenado a morte por seu irmão, não sei bem o que ele fez de tão errado, mas é por isso que esta morto, e ele guarda uma raiva enorme do irmão.
  - E o que Sara tem a ver com isso?
  - Existe uma profecia antiga que fala sobre "a jovem destruidora da Ordem". Pelo o que eu percebi, Radu acha que Sara pode ser essa garota, porque ela tem força de vontade e as razões necessarias para fazer isso, por esse motivo ele esta tentando influência-la. Ela ainda é pequena e fraca, mas com um pouco de treino e com o tutor certo vai se tornar uma arma poderosa. Você não pode deixar que o tutor seja Radu, ela ia destrui-la.
  - E como posso vazer isso?
  - Você tem que...

  O barulho do despertador ecoava em minha cabeça. O que Isabel tinha tentado me dizer? Por que as coisas não podiam ser mais simples? Agora eu tinha dois mistérios para resolver, mas antes era melhor eu me apressar, já estava atrasado para a escola.

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