Se tinha uma coisa que eu não queria naquele dia era ter contato direto com mais algum vampiro, além de Isabel, mas pelo visto não tinha muita escolha: ou morrer ou falar com a suposta "amiga" de Bell.
Nós paramos em frente a uma pequena loja de tijolos, sem janelas e com as portas abertas. Acima de nossas cabeças havia uma plaqueta de madeira velha que balançava com a brisa gelada, fazendo um barulho desagradável e irritante. Nela estava escrito algo como "Аптека", talvez fosse uma palavra russa, ou da língua que se fala na Roménia.
- Vamos, Berta já deve estar lá dentro.- Segui ela até uma pequena e apertada sala, uma espécie de cozinha estranha. Lá dentro havia uma mulher alta e um "pouquinho muito" fora do peso, que provavelmente era a cozinheira. Ela tinha cabelos tingidos de loiro e curtos presos em um rabo-de-cavalo, olhos castanhos e bochechas rosadas que se destacavam em sua pele pálida.
- Isabel, minha amiguinha! Como você cresceu criança, já parece até uma moça!- Isabel corou
- Berta, eu só tenho 13 anos, não sou uma "moça"ainda. Bem, a minha idade não vem ao caso, o que importa é que , como você deve ter percebido, o meu amigo é 100% humano. Você também deve imaginar que eu quero que ele continue vivo, certo? Então será que você não tem uma coisinha ai para disfarçar o cheiro dele?
- Oh, bem!- Disse Berta colocando o grande nariz pálido na frente do meu rosto- Ele realmente tem um cheiro bem humano. Vou ver o que posso fazer.- Tentei não ficar ofendido com o comentário sobre meu cheiro. - Agora é melhor esperarem lá dentro crianças, eu vou ver o que posso fazer por ele, mas pode demorar, então fiquem lá, é melhor.
Passamos por uma porta que até então que não tinha percebido e entramos em outra sala apertada. Nela haviam duas poltronas vermelhas velhas, um lustre caindo aos pedaços, cortinas velhas e um tapete persa caríssimo que dava um toque de luxo a decoração. Isabel se sentou em uma das poltronas e eu me sentei na outra.
- Aonde você a conheceu?- Perguntai tentando puxar assunto
- Aqui mesmo, eu meu pai sempre vínhamos a farmácia para compara alguma coisa.- Sério mesmo que aquilo era uma farmácia? Achei que fosse um restaurante falido.
- Entendo. Isabel, me diz uma coisa, o que aconteceu com a Vanessa? Quer dizer, você me falou que ela virou vampira, não é?
- Ela é a chefe da ordem.
- Como assim? Ela é malvada agora? Ela é... a "chefona"?
- É alguma coisa desse gênero. Ela mudou muito ao longo dos anos. A ídeia de não morrer nunca lhe subiu a cabeça, ela ficou um pouco mais vampira do que humana, se esqueceu completamente de quem realmente é.
- Quer dizer que é ela quem mandou seu pai ir para o Brasil?
- Não, mas é provável que tenha sido ela quem trouxe Vítor para cá.
- Entendi. Você teria coragem de lutar contra ela?
- Coragem? Sim. Sabe, depois que minha mãe morreu Vanessa prometeu que nunca ia me deixar sozinha, mas não demorou muito para essa promessa ser quebrada. É difícil falar, mas acho que guardo um certo rancor, um certo ódio dela.- Nunca imaginei que aquela garotinha com cara de anjo sentisse ódio de alguma coisa, ou de alguém, mas pelo visto, nem ela era perfeita.
- Crianças!- Chamou Berta de dentro do lugar que agora eu achava ser um laboratório- Venham, já sei como dar um jeito no garoto. Pude ver uma lágrima cintilando no rosto de Isabel, mas deixei para lá, deveria ser muito difícil pensar em tudo isso.
Fomos até o laboratório e Berta me deu uma coisa branca para tomar. Tinha um gosto estranho, como um remédio de tutti-frutti para crianças. Na mesma hora que o líquido passou pela minha boca, já senti o efeito. Eu nunca tinha me sentido tão limpo. Eu não sentia nenhum cheiro saindo de mim, nem suor, nem bafo de algum tempo sem escovar os dentes, nada, apenas um cheiro frio e indefinido. Um cheiro de vampiro.
uau amigaaaa!ta demais!!ameii!continua ok?to super curiosa pra saber o resto!!!ta mto profissional!!parabens amiga!!bjuuus!
ResponderExcluirby:tete