terça-feira, 5 de outubro de 2010

7- Descubro que não teria escapatória

  O voo até a Europa Central demorou um pouco, mas pelo visto valera a pena. Eu havia trocado de lugar com Isabel, a fim de ver melhor a paisagem e, UAU, era simplesmente incrível. Todas as casas estavam cobertas de neve, os carros passavam lá embaixo como formiguinhas, e o cemitério... bem, ele realmente chamava atenção, era grande e luxuoso. Fiquei pensando se, quando os vampiros matavam o seu...hum... jantar, se as vitimas iam para o cemitério ou ficavam apodrecendo em algum lugar por ali. Eu realmente esperava que fossem par o cemitério, porque eu estava achando que seria uma delas.
  - É bonito, não é?- Perguntou Isabel, atrapalhando meus felizes pensamentos sobre ter meu sangue sugado até a morte.
  - Hã? Ah, claro, é sim.
  - Essa cidade se chama Sighisoara, é onde meu pai tem um... bem... castelo de campo.
  - Castelo? Você esta brincando com a minha cara, não é?
  - Não, não, olhe ali.- Ela apontou para uma enorme construção gótica coberta de neve.- Ou pelo menos era do meu pai, antes de sermos banidos para o Brasil e a Ordem tomar o castelo para ela.
  - Agora é a Ordem que "mora" ali?
  - Não, é como se fosse um ponto de reuniões, o lugar onde os novos vampiros são treinados. Provavelmente Vítor esta lá, então é para lá que vamos.
  - Deixa eu te lembrar de uma coisinha? Eu não sou um vampiro.
  - Eu sei disso, você sabe disso, mas eles não precisam saber.- Eu não sabia o que ela pretendia fazer para que aqueles assassinos sanguinários não notassem que eu era humano, mas qualquer coisa era melhor do que morrer na mão... ou nas presas, deles.
  O avião pousou. Eu nunca havia visto neve, por isso não conseguia parar de olhar para o chão sob meus pés. Não era assim que eu imaginava ver a neve pela primeira vez, na verdade, eu imaginava ir esquiar quando tivesse 15 anos, não salvar um amigo em, como era mesmo o nome do lugar? Sighisoara.
  Caminhamos um bom tempo pelo aeroporto. Parecia tudo muito normal, pessoas rindo, usando roupas comuns, tons de pele diferenciados e que me pareciam bem humanas. Uma garotinha de mais ou menos 6 anos, cabelos dourados e cacheados e olhos azuis parou na minha frente e puxou a manga do meu casaco.
  - Moço, eu não sei onde esta a minha mãe, pode me ajudar a achar ela?- Olhei assustado para Isabel. Me ocorreu que talvez a mãe de garotinha não fosse mais voltar. Ela se abaixou na altura da menina e disse:
  - Olha querida, vem com a gente que eu vou te levar até um guarda, ele vai ajudar a achar a sua mãe.- Ela olhou para mim. Eu sabia o que aquele olhar queria dizer: a mãe da menina não iria volta nunca mais.
  Levamos a garotinha até o guarda mais próximo e continuamos a nossa "jornada" até o lado de fora do aeroporto.
  - Eles não teriam coragem de matar uma garotinha daquele tamanho, teriam?
  - Acredite, eles não se importam nem um pouquinho com a idade.- Engoli em seco. Pelo visto eu não teria nenhuma escapatória se eles resolvessem me... jantar.

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